segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Bem, isto está mesmo mau, ao que parece já não escrevo aqui no blog desde Agosto de 2009, e já vou em Fevereiro de 2010. Portanto quase 6 meses, meio ano. E mais uma vez é já tarde de madrugada, e nestas alturas pelos vistos tenho uma certa inspiração para escrever. Estou a assistir à SuperBowl, coisa incrível visto que é um desporto tipicamente americano, e desde já peço desculpa pela falta de acentos, mas não me está mesmo a apetecer escrevê-los, dá um enorme trabalho, no fim faço a edição do texto. Como diz o grande músico e artista Mário Dias, só durante a madrugada me sinto capaz de pensar, sentir, e escrever o que me vai na alma. A mim é principalmente pelo silêncio que se abate na terra escura, húmida, e pela solidão momentânea que nasce a cada segundo que passa. Apenas o barulho dos animais nocturnos me desliga da minha melancolia mórbida e crónica. Dia 21 deste mês vou para a Holanda, não se preocupem é só durante uma semana, depois volto, em princípio vou faltar as aulas durante 3 dias, nada de mais já que durante o semestre passado não falhei nenhuma, não há de ser por isso que vou ter pior nota.

Acabei o semestre num instante, fiz tudo à primeira e agora é só desfrutar do tempo livre. Divido o meu tempo entre o computador e os meus amigos. Se bem que gostaria de passar mais tempo com eles, mas a família também e importante. A Amparo esta sempre preocupada comigo. Provavelmente em breve deixarei de usar o blogspot para publicar as minhas memorias, experiências, etc. Vou usar outro site. Que acho melhorzinho, mas até lá continuo no bom e velhinho blogspot.
Pois e, embora não tenha dito nada aqui, tenho registos engraçados nos meus cadernos, alguns pensamentos que tenho tido, coisas de que me lembro, enfim banalidades e trivialidades.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Madrugada

Estou sem vontade nenhuma para escrever, e no entanto é o que se vê. Aqui estou eu mais uma vez agarrado ao pc, a escrever no blog, não que o faça muito, mas de vez em quando lá aqui meto qualquer coisa. Nunca sei se é alguma coisa de jeito porque acredito que arte não poder ser criticada, apenas se pode dizer que se gosta ou não, pronto, fica assim, não se diz mais nada. Invariavelmente há sempre alguém que critica e nessas alturas responde-se faz tu melhor, não te lembras-te de o fazer. E aí as pessoas calam-se e não dizem mais nada. São 3 da manha, nos USA pelo menos na costa este são provavelmente se não me engano nas contas 10 da noite, boa hora para sair com os amigos e ir beber um copo, conversar um pouco, jogar umas cartas ou um dominó, qualquer coisa assim. Pelo menos é o que eu faço, não gosto de estar muito tempo em casa sem fazer nada, demasiado enfadonho, boa expressão realmente, isso e já me estás a enfadar, sim porque o chatear já deu o que tinha a dar. Agora ando numa de ouvir os anos 80, sempre gostei, principalmente porque nasci durante essa mítica década, mais precisamente em 88. Chamem-me o que quiserem mas ando a ouvir Journey, Air Supply, Hall & Oates, entre outros, ou seja, rock baladas e muito pop electrónico com refrões bastante fáceis de decorar e que despertam em mim um saudosismo demasiado grave. Sim porque eu sei quando me sinto "blue", não preciso que me digam, mas a questão é que eu até gosto de andar de vez em quando assim, porque penso melhor nas coisas, meço as consequências muito melhor, e claro nestas alturas a minha imaginação vai ao rubro, "over the top", deixo-me levar por ela e acabo por ficar completamente estarrecido a olhar muitas vezes para o vazio e com cara séria, que querem é a minha cara normal, não posso andar sempre a sorrir, não é saudável, pelo menos para mim não.
Pois é para quem não lhe apetecia escrever, já aqui está um texto engraçadito vá lá, porque afinal eu posso criticar a minha "arte". Estou aqui a pensar e apetece-me viajar, assim para fora do país, realmente acho que me faz falta espairecer, mudar de ares. Estou a pensar seriamente em ir à Holanda, tenho um amigo que vai para lá em Erasmus e já disse que eu era benvindo, sendo assim sou bem capaz de aceitar a oferta, ainda para mais porque sempre gostei da Holanda e dizem que as pessoas são simpáticas.
3 e 15 da manhã, e estou a ouvir uma música dos Ornatos Violeta. Capitão Romance sempre suscitou em mim um sentimento azul, ou seja, de introspecção, acabo sempre por pensar em alguém ou alguma coisa sempre ouço esta música, e ainda mais quando um norte-americano canta português daquela maneira, ou é muito bom, ou então treinou bastante. Eu vi mas não agarrei, esta frase diz muita coisa. A mim diz, lembra-me que ela foi embora, tinha de ir e nada podia fazer, no entanto espero que volte para o ano, mas acredito que não me vai dizer nada. Nem surpresas, nem um olá, ou adeus. Se vier vai acabar por voltar e depois dizer-me, desculpa esqueci-me de te avisar. Jesus quanta mentira já ouvi eu, acreditem, alguém conseguir enganar-me é difícil, sou demasiado "non-believer", podem dizer que é defeito, mas é feitio, e qualidade, suspeitar de todos é que me tem mantido vivo até agora. Eu sei que parece mal, mas é verdade, mais tarde ou mais cedo descobrem-se as coisas e nada é como diziam.
Bem tou farto, depois digo alguma coisa. =P

terça-feira, 7 de julho de 2009

A lua está bonita

Hoje a lua está bonita, como tu, é noite de lua cheia, e desde que me lembro, que me perco a olhar para ela, fica tão bem assim brilhante, amarela, pálida, branca. Olho para ela, para ti, deixo-me levar por ela num turbilhão de imagens, de sonhos e ilusões. E assim fico, esquecido de tudo, sozinho com ela, contigo, imagino um abraço, o nosso abraço. Vejo-a no céu e a ti na terra, ela reflecte a tua beleza, já que o horizonte não permite ver-te, pedi à lua para ser o teu espelho, para me deixar olhar para ti, por ela.

Vinha no caminho a ver a lua, a ti, e imaginei que somos tal como aquela história da águia e do lobo, eu lobo de noite e tu águia de dia, e assim ficamos sem nunca nos ver, apenas na lua te vejo, apenas nela me perco contigo, com ela. A diferença não é muita, mas o suficiente para eu acordar e tu ainda mal teres adormecido, eu adormecer e tu mal teres acordado. Ainda para mais, parece que me deixas, sozinho, não falas comigo, eu falo contigo, com ela, mas o som só viaja numa direcção, e o eco é a mais pura das mentiras.

Não me perdoo de to ter dito, pelo menos tão tarde, devia ter sido mais cedo, antes de qualquer ida tua de volta, com ela, para ela, contigo. Fugiste assim que soubeste, mentira, eu é que fugi, não disse, escrevi cobardemente, como quem tem medo de morrer, quem tem medo de enfrentar a vida, foi assim que te enfrentei, contigo, comigo, com ela. Ela, a lua, deixou-me ficar e viu-te partir, não me disse nada, não me avisou, por outro lado já tu o tinhas dito, já tu me tinhas informado da tua partida, há muito tempo, não é desculpa válida. Eu sabia, e tu não, eu escrevi e tu não, ficas-te a ler, a contemplar o que tinha escrito, e respondes com a razão, aquela que eu perdi faz tempo, tempo desde que te conheci, não a primeira em que te vi, mas a primeira em que falei contigo, com ela.

Apaixonei-me por essa tua vontade, por essa força que tens, pelo teu ser amoroso e solidário, humilde e carinhoso, por toda aquela luz que emana de ti, porque a ti a lua te deu a benção, e a mim apenas o reflexo do que és, apenas uma mísera parte do que representas para mim, para ela. Caeiro disse pensar é sentir, tocar, cheirar uma flor, mas não consigo porque tu não estás aqui comigo, vejo-te, imagino-te, naquele reflexo lunar que me aprisiona a essa luz que emana de um astro que aprendi a amar, um pedaço de terra que brilha no céu estrelado, e que nem as estrelas todas juntas conseguem ofuscar.

A noite está linda, o céu está limpo, a lua está cheia, cheia de ti, de mim, de nós. Consegues ver-me, sentir-me na lua. Eu consigo, ver-te, imaginar-te a olhar para ela, como eu olho, como ela. É tarde, e a noite não me deixa continuar, pede-me vagarosamente que me deite, adormeça e que vá sonhar, contigo, com ela, com nós.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Dás-me azar

Dás-me azar, dás-me azar, dás-me azar. Desde que te conheci que a minha vida tranquila se transformou num turbilhão de emoções, pensamentos, ideias, vontades, demasiado para mim, para o meu coração. Passo horas a pensar em ti, em nós, no passado, presente mas sobretudo no futuro, perco-me nesses “filmes” que invento a todo o minuto, perco-me nas palavras que trocámos, guardo a mensagem que enviaste, a última que recebi de ti. Prezo esse último momento em que eu e tu nos podíamos ver. Agora não dá, estás longe, do outro lado do mundo, e posso dizer que és a “mulher da minha vida”, aquela que nunca mais vou ver, aquela onde perdi a minha razão e ganhei um coração. Se perguntares a qualquer dos meus amigos verás que não te minto, estou lá com eles, pelo menos o meu corpo, o resto vagueia contigo, procura-te nos meus pensamentos, nas minhas memórias. Atravesso o sistema solar quando olho para a lua, e volto num segundo ao local onde estás, ou pelo menos onde penso que estás.

Dás-me azar já te tinha dito, mas não me canso de o dizer. Perco tudo, qualquer jogo, já nada me dá prazer. Jogava à sueca e ganhava, desde que partiste deixei de ganhar e agora já nem jogar posso, é proibido agora. Desde que partiste o meu carro já teve de ir para o mecânico, escaper partido, discos empenados, pára-choques partido, farol partido, o azar persegue-me, e a culpa é tua. Dizem eles “azar ao jogo, sorte ao amor”, mentira, dás-me azar em tudo. Estou a dar em louco, estou a ficar cego, estou a ficar com o cabelo branco. A minha cabeça vai explodir e o coração partir. Vai partir para ir ter contigo, a minha mente vai com ele, mas feita em pedaços, pode ser que o consigas montar, duvido, primeiro vais ter de conseguir apanhá-lo.

Dás-me azar, aquilo que escrevo está a perder o sentido, já nem uma frase direita consigo escrever, e a culpa é tua, não me deixas parar de pensar em ti, de gostar de ti, de amar a ti. Sou um cobarde, nem contigo consegui ficar, a distância separa os nossos corpos, tu não queres, mas não quiseste evitar, como que quiseste jogar comigo, brincar um pouco a ver até onde eu era capaz de ir. Cheguei à meta e quase desfaleci, batimento cardíaco irregular, com picos a cada inalação, os pulmões do tamanho de laranjas, ofegante, tonto, cheio de ilusões. Morri nos teus braços, culpa tua, cai no chão e ali fiquei a olhar para ti, o teu cabelo loiro ao vento flutuando, e esses olhos, esses malditos olhos castanhos onde me perdi, assim ficaram a olhar para mim com ar vitorioso e no entanto quase choraram. Eu chori, não lágrimas, antes sangue, chorei por dentro, senti todo o meu corpo a chorar, derrotado daquela maneira, por uma coisa tão insignificante, e tu bela dali voaste, foste embora, abandonaste-me, e eu perdi-te.

Dás-me azar, perdi-te duas vezes, no Porto, no meu país. Fugiste com medo, não de mim, de nós, imaginaste como eu imaginei, como seria o nosso futuro, nós dois juntos para sempre, a “mulher da minha vida” por quem me apaixonei não à primeira vista, mas sim na segunda, terceira, quarta vista, cada vez que te via, mais depressa crescia este amor que agora sinto. Cresceu a olhos vistos, parecia uma criança que salta anos de desenvolvimento desde bebé até à adolescência numa questão de dias, e em semanas era já um jovem adulto pronto para enfrentar o mundo, enfrentar-te a ti, foi ele que me remeteu à loucura, à cegueira, foi ele que me deu coragem de te dizer o que sentia, o que sinto, o que não quero deixar de sentir. Pediste-me desculpa, eu é que o devia ter feito, disseste-me “don’t worry”, como posso acreditar nessas palavras se foste embora, se me abandonaste, se me deixaste a mim e aos meus pensamentos, ao meu amor por ti, se me condenaste ao infortúnio, dás-me azar. Fiquei eu e os meus “filmes”, os meus argumentos, os meus guiões, as personagens separam-se no início da película para não mais se encontrarem, nunca daria resultado disseste, somos de mundos diferentes, no entanto ambos se chamam Terra.

Dás-me azar, dás-me azar, dás-me azar, já nem dormir consigo, nem no sono me dás descanso, nem nos sonhos tenho sorte. Dás-me azar, perdi-te no mar, o horizonte levou-te, e deixou-me deste lado a admirá-lo à espera de te ver, nunca na minha vida olhei tanto para ele, o Oeste, para a Lua, para o céu, as nuvens, para o infinito da minha mente, procurando ver-te. Dás-me azar sabias?

Penso em ti

Já pensaste como me custa ficar assim, sem ti, sem ninguém? Apenas eu, e só eu. Simples vagabundo errante, por esse mundo fora ando, tento esquecer-te, apagar-te da minha memória, das minhas recordações, aqueles momentos que passámos juntos, poucos mas sempre bons. Fazia-te companhia e tu a mim, ficava só enquanto falavas com as tuas amigas, e perdia-me assim a olhar para ti. Imaginava um futuro a teu lado...

Ainda o faço e no entanto aí estás tu, e eu aqui fiquei, à espera de um dia talvez, voltar a ver-te, voltar a sentir-te, tocar os teus cabelos, sentir o teu perfume, ouvir a tua melodia que me enfeitiçou e levou contra as rochas da amargura, da solidão, assim perdido, esquecido, esventrado de qualquer sentimento por outro alguém senão tu. Abandonas o meu corpo moribundo nessa estrada perigosa, reflexo de um inferno...

Um inferno escuro, sombrio, de trevas deixadas assim, almas perdidas como a minha agora ficou. Procuro por ti, "procuro à noite um sinal de ti, quem eu não esqueci". E não quero esquecer, ficar sempre contigo é o que desejo, abraçado, enlacemos as mãos e assim fiquemos à beira rio, ver o tempo a passar, tudo a mudar e nós sempre iguais aos olhos um do outro, tu a mulher que amo, e eu o felizardo que quiseste aceitar.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

América

Preciso de 600 euros. Não perguntem para quê, porque respondo já. Tenho de ir para a América, EUA mais concretamente. Agora mais do que nunca estou completamente obcecado. Não passa um dia, um minuto que não pense neste assunto. Merda para isto. Estou farto da minha vida de treta, e ainda por cima acho que estou como se diz A........o, vocês percebem. O pior de tudo por uma americana, sou mesmo idiota, deixar-me apanhar assim por alguém de tão longe e que nunca mais vou ver na vida. Tudo começou à cerca de um mês, maldito fim-de-semana, mania de querer conhecer pessoas de outros países, e outras culturas.
Sou doido, já sabia mas, agora sou idiota. De que me serve ser inteligente ou ter muitos amigos, se o que quero está inacessível. É que ainda por cima ela não vive em Leiria, mora no Porto. Merda para isto. E em Junho volta para o país dela, para nunca mais a voltar a ver. Se ao menos tivesse 600 euros e coragem para ir também, começar do zero. Deixar de estar dependente, fazer aquilo que mais gosto, estar com quem mais gosto.
Um chapadão é o que eu mereço, para ver se acordo deste sonho. E para quê ir, para quê preocupar-me com isto, ela muito provavelmente não sente o mesmo. É sempre assim, o resultado é sempre o mesmo, Márcio 0-1 Desilusão.
Se soubessem a alegria que me dá falar com ela, mesmo que só por mensagem. Fico ansioso pela resposta e em êxtase sempre que a recebo. Vou ao céu e venho numa questão de segundos. Serás minha um dia? E eu, serei teu um dia? Um dia, é o que peço. Quero mais mas temo em pedi-lo, pois quando assim acontece, a sorte não me protege.
Sonho com ela, connosco, a minha americana e eu o seu português.

terça-feira, 11 de março de 2008

Um Sonho Bom

No outro dia sonhei com ela. Estávamos numa piscina, eu, ela, e outros amigos nossos. Mas, só nós interessava. Juntos, alegres, jovens, e ela com a sua beleza, seus olhos postos em mim, com uma felicidade desconhecida, confiante e ingénua, como a menina que é. Eu perdia-me na sua alma, no seu corpo, na sua bondade. Eu, feliz de mim poder tê-la, ser o homem mais amado do mundo e ela a mulher. Os dois olhando-nos, como quem se conhece há uma vida inteira, e no entanto parecia a primeira vez. Era de noite, as poucas luzes que haviam escondiam-nos dos restantes.
Conversámos durante horas, até a pele enrugar. Tanto tempo falámos e tão pouco dissemos, as palavras saiam mas, só de vez em quando. Fitámos os olhos, e parecia que os nossos pensamentos se uniam. O seu cabelo longo, os seus olhos, ai os seus olhos, o sorriso brilhante pérola, tão contente por estar ali. O meu coração batia tão forte, que parecia poder acabar num instante.
Apaixonei-me por ela vezes sem conta, e a cada segundo que passava, imaginava ficar assim com ela até ao fim dos dias. Sozinhos, amando-nos um ao outro, partilhando alegrias, tristezas, vendo as pessoas passar e nossos filhos crescer. E assim já velhinhos, declarar o nosso amor.
A fantasia, a ilusão, o sonho, podem ser tão maravilhosos, e quem sabe tornar-se realidade. Disse-lhe que a amava, e ela riu-se, como se soubesse há muito tempo. Respondeu-me ao ouvido, uma voz suave, doce, e apaixonada: eu também te amo.
Meu coração parou naquele momento, enquanto meu cérebro, processava toda aquela informação, quando voltou a funcionar, beijámo-nos como dois amantes, apaixonados, enamorados. Acabou depressa o sonho, mas a recordação permanece.