domingo, 16 de dezembro de 2007

Paixões

Sou um homem de paixões. Pronto tenho dito. Encerro o meu caso.

Paixões do passado, do presente, do futuro. Perguntam-se como posso ter uma paixão sobre algo, ou alguém que ainda está para vir, antecipo-me na resposta baseando-me naquilo que já experimentei. Acontece-me sempre, seja uma pessoa que conheço, ou algo que veja na TV, numa montra, no cinema, ou o que ouvi na rádio, uma música por exemplo. Mas as paixões que me marcam mais, são aquelas de valor sentimental pessoal, nada têm a haver com bens, objectos ou outros afins. Sou um apaixonado e admito, tenho paixões de segundos, minutos, horas, dias, semanas, meses, anos.
Facilmente me esqueço de certas paixões que tive, mas num instante me apaixono outra vez. Ainda no outro dia falei com uma paixão já esquecida, e agora ardo outra vez por ela. Mas as paixões que mais gosto de sentir, são aquelas a que chamamos "de Verão", quando encontramos alguém diferente, que sentimos ser especial, daquelas que nos envolvemos até certo ponto. No meu caso por cobardia minha, é assim, podem chamar-me "rato" se quiserem mas, tenho medo, e não arrisco. Sempre que apontei, falhei, e então passei de um "serial killer" para um verdadeiro "sniper", só disparo se tiver o caminho desimpedido, e tiver a certeza de que aquela é o meu "alvo". A semana passou e eu fui "bombardeado" por uma paixão esquecida, e uma "de Verão" um pouco adormecida. E mais uma vez não "disparei", bem que tentei, mas ocorreram uns certos problemas logísticos.
É quase Natal, e de certa maneira odeio esta época, não tanto pelo frio, mas pelo o que ela me lembra. Traz ao de cima certos sentimentos que tento esconder das minhas paixões. Parece um catalisador, o Natal, faz a chama arder ainda mais, quando estava quase apagada. Mas tudo o que é bom acaba, e uma chama rápida e forte não dura para sempre. Engraçado tudo isto!
A minha memória falha-me naquilo que é o mais banal possível, no entanto, lembro-me de tudo de mal que me aconteceu, e o de bom começa a desaparecer, Freud estava errado. O tempo não cura feridas, o "vírus" Esquecimento apaga tudo aquilo que não deve. As paixões, bem essas ficam, para me lembrar dos erros que cometi e continuo a cometer, não aprendo com eles, e provavelmente nunca hei-de aprender.
Sou um apaixonado por música, filmes, teatro, desporto, tecnologias, livros, escrita e mulheres, no entanto não percebo nada de nenhuma das minhas paixões. Engraçado tudo isto!