segunda-feira, 15 de outubro de 2007

Infeliz

Ontem pela primeira vez na minha vida senti-me realmente triste. Acho que foi por ser domingo, nunca faço nada, logo a minha cabeça pensa e não se distrai. Pensa no quão errado ando acerca da vida, o quão estúpido fui e continuo a ser.
Ser burro, ser idiota, ser "cona", desculpem a expressão mas é assim a vida. Tudo o que é mau me acontece. Quando tirei a carta de condução disse para mim: " Sou finalmente um homem", mas agora penso que sou apenas meio-homem, meia-pessoa. Como costumam dizer: "falta a outra cara-metade", a outra meia-alma, a meia-tudo para me fazer inteiro, para me fazer homem.
Já procurei por todo o lado e nada. Quando penso que finalmente "sim", sai no entanto um expressivo e humilhante "não", acompanhado por vezes de "já tenho alguém", uma grande mentira na maioria dos casos, ou então escolhem o sempre original "só quero ser tua amiga".
Se fosse realmente amiga dava-me uma oportunidade para ver se gosta. Como se faz com a comida, "Ah eu não gosto de peixe!!" - "porque dizes isso se nunca provaste?". E por aí fora. Toda uma panóplia de argumentos e razões, uma discussão acesa sobre o aspecto da comida no prato. A mesma se poderia aplicar na vida amorosa. O amor é como a comida tem diferentes aspectos, mas o que interessa é o sabor, mais doce, mais salgado, mais quente, mais frio, delicioso ou intragável.
No entanto as mulheres gostam sempre de afirmar "O interior é que é importante", "Sim a personalidade boa, simpático, carinhoso", mas acabam sempre para o oposto do que dizem (o aspecto afinal conta muito).
Quando erram, e se enganam, vêm sempre chorar no ombro do amigo, o mesmo que as avisou, o mesmo que as conhece demasiado bem, ao ponto de rejeitarem o seu amor.
É fodi** o amor. Capaz de passar despercebido mas quando ataca é sempre fatal. Torna-nos cegos, loucos e estúpidos. Graças a ele ficamos à mercê do alheio, dela, a meia-pessoa, a meia-alma que nos faz falta.
Podem pensar que é estranho, mas acreditem o amor é a coisa mais idiota no mundo e igualmente a mais fantástica que nos atinge a certa altura. Na vida acabamos por ter muitos amores, por um carro, um animal, uma peça de roupa, um objecto, mas o que realmente interessa e por ser assim, só muito dificilmente o encontrarão, é o verdadeiro AMOR por ela.
Assim é o mundo, injusto, ingrato, e para mim tão infeliz quanto eu. Mas quem sou eu para falar sobre isto se nunca o vivi.

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